terça-feira, 26 de junho de 2012


Estupros em festa com duas mortes na PB foram planejados, diz delegada
Donos da casa, que foram mentores do crime, são do Rio de Janeiro.
Ao todo, nove foram detidos, sendo três adolescentes.

Os estupros de cinco mulheres e a morte de duas delas durante uma festa na madrugada do domingo (12), no município de Queimadas, no Agreste paraibano, foram crimes planejados. A declaração foi feita pela delegada de Homicídios de Campina Grande, Cassandra Duarte, durante entrevista coletiva às 12h (horário local) desta segunda-feira (13). Ao lado de comandantes de batalhões da Polícia Militar na região e outros delegados envolvidos na investigação, ela explicou como teriam agido os irmãos suspeitos de premeditar todo o crime. Eles eram amigos das vítimas e foram presos no domingo à noite, quando acompanhavam o cortejo dos caixões delas para o cemitério.No total, nove pessoas estão detidas, sendo três adolescentes. Conforme da Polícia Civil, cinco mulheres chegaram a ser violentadas sexualmente, das quais duas acabaram morrendo por terem conseguido identificar os agressores. Uma das vítimas, a professora Isabela Pajussara Frazão Monteiro, de 27 anos, seria ex-cunhada de um dos suspeitos.Segundo Cassandra, o crime foi arquitetado no sábado, quando os dois organizadores da festa convidaram uma das vítimas para o evento e se dirigiram a um mercado para comprar cordas e lacres do tipo 'enforca-gato', com o objetivo de amarrar as mulheres e forçar relações sexuais. A Polícia Civil investiga se os estupros teriam sido planejados como presente de aniversário para um dos irmãos.A delegada ainda explicou que Michele Domingues da Silva, de 29 anos, e Isabela Pajussara Frazão Monteiro, de 27, eram amigas dos irmãos que organizaram a festa. “Michele inicialmente não era o alvo. Na verdade, eles queriam ter relações sexuais com Isabela e a irmã dela. Isabela foi a primeira a chegar na festa e de lá ficou ligando para a irmã e a amiga, Michele, que estavam na igreja”, informou Cassandra.Ainda segundo a delegada, quando chegaram à casa as amigas foram amordaças, tiveram os braços amarrados e os olhos vendados. “Elas foram assassinadas porque, durante o ato sexual, Isabela se debateu muito e conseguiu identificar o ex-cunhado dela como um dos estupradores. Ela pediu por socorro, disse que estava vendo que o agressor era o amigo dela e acabou 'selando' sua morte”, declarou a investigadora.Com base nos depoimentos dos presos, a delegada disse acreditar que todos os homens presentes na festa iriam violentar as mulheres. Nos corpos das mulheres foram encontrados sêmen e resíduos de pele nas unhas. A Polícia Civil vai solicitar a colheita de material genético de todos os presos para exames de DNA. No entanto, a delegada diz ter certeza de que pelo menos três deles chegaram a ter relações sexuais com as vítimas."É uma violência gratuita. Aqui não tem dívida, não tem droga, não tem relação de roubo, nem assalto. Apenas eles queriam elas duas, mas como elas os reconheceram acabaram sendo mortas", disse Cassandra Duarte.Com relação ao assalto que chegou a ser denunciado à Polícia Militar pelos irmãos, as testemunhas do caso declararam em depoimento que não passaram de uma simulação para que as mulheres fossem estupradas.Foragidos do Rio de JaneiroO delegado Fernando Zoccola, de Queimadas, apurou também que os irmãos apontados como mentores do crime seriam foragidos da Justiça do Rio de Janeiro. “Eles são criminosos perigosos. Vamos apurar os crimes ocorridos em Queimadas e possivelmente atribuídos à dupla. Eles são filhos de paraibanos, mas nascidos no Rio de Janeiro”, explicou.Além de responder pelo estupro e morte das duas amigas, eles vão ser investigados por outros crimes. A Polícia Civil viu contradições com relação aos bens que eles declararam possuir, como carros importados e motocicletas de alto valor, o que não condiz com o trabalho que dos irmãos em uma vacaria. "Tanto o patrimônio surpreende, porque eles não têm renda fixa na cidade, quanto as armas e a quantidade de munições que eles dispõem", disse Cassandra. Foram apreendidas uma pistola, uma arma de brinquedo, uma escopeta e 100 munições calibre .40.Os seis adultos presos podem ser autuados por homicídio qualificado, roubo, sequestro, formação de quadrilha e porte ilegal de arma. Eles foram autuados em flagrante e devem ser transferidos para o Complexo do Serrotão até terça-feira (14).Audiência com acusados de estupro coletivo na PB ocorre nesta segunda 18/06/2012
Cinco mulheres foram estupradas e duas assassinadas em Queimadas.
Começou às 9h30 desta segunda-feira (18) a segunda audiência de instrução com as testemunhas e também os acusados de participarem de um estupro coletivo que terminou com duas mulheres mortas na cidade de Queimadas, no Agreste paraibano.A primeira audiência aconteceu no dia 4 de junho e 11 testemunhas de acusação foram ouvidas. A audiência acontece no Tribunal do Júri do Fórum de Queimadas.
A juíza Flávia Baptista Rocha deve ouvir nesta segunda-feira os sete homens acusados do estupro de cinco mulheres e um duplo homicídio. Testemunhas de defesa também deveriam ser ouvidas hoje, mas a juíza está avaliando se serão necessários os depoimentos delas. Na audiência serão avaliados laudos e provas das participações de cada acusado. Depois da qualificação dos réus, a juíza decide se os réus serão levados a júri popular ou não. Todos os depoimentos serão filmados para agilizar a captação das informações.
De acordo com o promotor de acusação Márcio Teixeira, os sete acusados podem ser separados em duas salas. Os dois irmãos ficariam separados dos demais acusados para que os depoimentos sejam confrontados em um segundo momento com todos juntos. Ele acredita que Eduardo, acusado de planejar a ação, será levado a júri popular enquanto os outros serão sentenciados pela juíza.
Na primeira audiência de instrução foram ouvidas as mulheres que foram estupradas e os três adolescentes acusados de participar do crime. Durante a audiência, o advogado de acusação Félix Araújo apresentou o exame de balística durante a audiência a fim de provar a culpa dos acusados. "O exame comprova que os tiros que atingiram e mataram as meninas saíram mesmo da arma que foi encontrada com Eduardo dos Santos Pereira. É uma prova cabal do envolvimento deles no caso", disse. Ainda segundo ele, os adolescentes envolvidos confessaram a versão da polícia. Ele também acredita que Eduardo seja julgado em júri popular.
Os depoimentos da audiência de hoje devem ser gravados em vídeo. Cerca de 50 policiais do 2º Batalhão da Polícia Militar estão fazendo a segurança no local e escolta dos acusados. A Companhia de Policiamento de Trânsito (Cptran) também está com 20 policiais organizando o tráfego de veículos na cidade e a rua do Fórum foi interditada. A audiência só deve terminar no fim da tarde desta segunda.
AcusaçãoConforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, cinco mulheres foram estupradas e duas delas assassinadas durante uma festa. Para a polícia, os estupros teriam sido planejado pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam convidado amigos para abusar sexualmente de mulheres convidadas de uma festa promovida por eles.
Os irmãos teriam simulado a chegada de assaltantes na casa e usado máscaras e capuzes para não serem reconhecidos. Duas das vítimas teriam conseguido ver as pessoas que as violentavam e por isso foram tiradas da casa e executadas.
Os dez rapazes estão sendo acusados por estupro, cárcere privado, lesão corporal, formação de quadrilha. Eduardo, no entanto, está sendo acusado isoladamente também por duplo homicídio e posse ilegal de arma.
Os adolescentes podem passar até três anos internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, mas a cada seis meses poderão ser reavaliados. Dependendo do comportamento dos menores de idade, o tempo de internação pode ser reduzido.
O crimeNo dia 12 de fevereiro de 2012 duas mulheres foram assassinadas na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraiba. Segundo a Polícia Militar, elas estariam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens e outras três mulheres. Os homens são acusados de estuprar as cinco e matar duas delas. As mortes teriam acontecido porque as vítimas reconheceram os criminosos. Uma delas foi morta com quatro tiros em uma rua central da cidade e a outra foi assassinada com três tiros na estrada para Campina GrandeSegunda audiência de instrução ocorre nesta segunda no Agreste da PB. 

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